O amor maior nosso foi como talvez ainda o seja
Imortal, impuro, impúbere, encarcerado no clamor do tempo
Banal, carnal, fatal, tal qual talvez ainda o veja
Infinito limitado às distorções do espaço, ao sabor do vento
Se em teu ventre repousei meu corpo ardente
Como a carne que queima no ambiente de lavanda
Teus seios a mim foram servos em uma graça clemente
Quando as noites só permitiam nascer o sol na varanda
Foste em tempo a amada imoral que saciava teu desejo
Nas carícias plenas das noites eternas
De um trôpego amor maior do mundo
Sem que soubesses que apesar do fim sempre iminente
Esteve o maior desejo no amor maior, infindo, soturno, cru
Plácido e voraz, na imensidão do que foi e talvez ainda o seja.
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