Para que chorar menina dos olhos
Se a vida passa carinhosa pelos amantes?
Para que sofrer se o amor está solto por aí
Por aqui, por entre os condomínios fechados
Do Rio de Janeiro, por entre as ruas de Icaraí?
Porque achar que errado é viver se a vida não
Nos dá a liberdade de fazer outra coisa?
É menina, não se engane. Não pense que a alegria
Se espalha feito bruma pelos cabelos da solidão
A felicidade habita onde menos se espera,
No coração dos casais que brigam e não sabem porquê.
A felicidade, já dizia o Buda, é um estado mental,
Um estado de espírito que independe da pessoa alheia
Estaria certo o Buda? A felicidade encontrar-se-á no peito só?
Na mente em si? Como pode a felicidade fora da veia
Da pessoa outra amada? Só a companhia desfaz o nó
Do peito dos amargurados. Não se engane menina,
A tristeza é uma ilusão, já dizia o Buda.
Tristeza é um nome feio que os arautos da solidão
Inventaram para mentira.
Não se engane menina dos olhos dourados,
Não pense que a vida pode ser feita de infelicidade
Porque a infelicidade não passa de um pouco menos
Que nada. O único cimento para se construir o castelo da vida
É da marca amor. E o amor se ama a alguém
Ainda que seja um alguém que se ame sem saber
Mas o que é a sabedoria senão o conhecimento da vida?
Não se iluda menina. Não deixe a tristeza te enganar
Porque tristeza é sinônimo de ilusão.
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