"Há sempre uma mulher à sua espera, com os olhos cheios de carinho e as mãos cheias de perdão."
Vinícius de Morais.

domingo, 28 de novembro de 2010

Amor vil (u)




“Vil desejo, saciado por inúmeros corpos de amantes sem rosto.”
BB


Que espírito habita na carne do teu rosto?
Que suspiros o breu da manhã permite identificar
Se na cavalheirice de qualquer dia o terno transforma-se
Em vil? Que tenro calor afaga os joelhos doloridos
Se os rostos são invisíveis?

Mas como podem ser inidentificáveis se a liquidez
Da alma viva espanta as vicissitudes da solidão?

O que aconteceria se a tristeza falasse mais alto que a alegria?
O que seria do dia?
E se crerem na solidão mais que na distância a se percorrer?
O que seria da esperança?
Como pode ser vil se a paixão mata os germes da intolerância?
E se o amor em longo prazo é servil?
O que aconteceria se a ilusão vencesse a realidade e
Os amantem acreditassem na tristeza de amar?
O que seria da alegria da poetisa?
Ela só poeta porque não grita a tristeza

Mas será que pode prevalecer a infelicidade,
Falando mais alto que o mar?
Pois trate de se cuidar, arrume dois dentes de alho,
Porque vem a tristeza querendo gritar
Prepare o protetor sonoro e o banho de arruda,
Se bem que, acho que a alegria do desejo fica.
Como poderia a tristeza falar mais alto, se é ela muda?


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