"Há sempre uma mulher à sua espera, com os olhos cheios de carinho e as mãos cheias de perdão."
Vinícius de Morais.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Le secret




Obliez ! C´est impossible ça!
C´est impossible ne penser pas en toi
C´est impossible prendre attention
En autre chose que ne soit pas ta vision

Ça va très bien la vie comme ça
Devant la finesse de ta peau
Moi en regardant tes doights
Que m´interdit a cause des anneaux

Tu devais savoir qu´en face de ton cou
L´inspiration d´Eros vient comme vin
Et de mon coeur la poesie flue
Comme un rivière pour mes veins

Facilement, comme tombe la plue
Sans efforts, en s´amusant
Même si tu aurras jamais su
La poésie sera vive. Surement.

C´est ça ce que ç´arrive toujours
Je te vois, j´écrit un poème
C´est la règle. C´est le pour.
C´est toi mon douce thème

C´est pour tes yeux verts
presque rouges; ignescent
Que je donnerais ton nom ouvert
À une petite étoile incadescent

C´est le destin à la distance
Une autre fois peut-être
Le temps entends le romance
Pour que je sois ton maître

Bien que tu ne me voies pas
Et soupçones encore moins
Que ces mots existent là
C´est le plus intéressant

Le meilleur c´est, toutefois,
Que comme les oiseaux
Vivent et morrent cent sois
J´écris de mots amoureaux

Et j´écrit tout ça
pas loin, pas distant,
Mais impunément,
En face de toi.



domingo, 20 de fevereiro de 2011

Uma Visão da Cidade






Do teto-solar do meu carro vejo o Cristo Redentor
Em plena harmonia com a favela aos seus pés
Meus irmãos da Zona Sul apoiam com vigor
As operações desbragadas dos homens do convés

Aplaudem a reconquista de território
E até cantam canções de guerra
Creem que as violações de dormitório
São efeitos colaterais da subida da serra

Humilde, penso nos amores, nos cantores
E nos poetas que não estão se perdendo,
de repente, num suspiro, sem maiores rumores

Enquanto meus irmãos da Zona Sul tardam nisto.
Em notar, sem maiores pesares, que nossos
Irmãos das favelas estão mais perto do Cristo.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Físicos tontos



Ouvi dizer que o céu adquire essa tonalidade
De espera
 Devido à forma de dispersão
Dos raios solares na atmosfera.
Que tolice!!
Mal sabem os cientistas que o céu
Apenas reflete a cor de teus olhos azuis.









Deusa Poesia



A poesia está por aí,
No sorriso do parente
Nos seios de uma mulher
No abraço de um amigo.
Numa estrela ascendente
No por do sol
Na prosa e no verso
Está em todos os lugares
E se transborda de repente
Faz o caminho inverso
Transparece em uma festa
Dá um pulinho de excitação
E acalma a alma.
A poesia é como Deus,
Tudo permeia.
Está no infinito palpitante
Onde dormem as estrelas,
E no coração de um pássaro.
A poesia está no problema social
No amor carnal
No futebol
A poesia revela-se aos homens
Como uma flor
Delicada, de beleza inigualável,
Que quase sempre passa despercebida
A poesia aflora do feto abortado
E do afeto de quem chora
A morte do filho que não nasceu
A poesia abençoa as mentes geniais
Das favelas
E perdoa os tolos
Em toda sua ingratidão.
A poesia cheira a sexo
Palpitada de euforia
E choro
A poesia é sutil como a nuvem
Na esperança de um dia
Tornar-se alegria
É ela onipotente e onipresente
Sempre existiu e sempre existirá
Onisciente
Não tem início ou fim
Afinal,
Como todos sabem
O sábio já dizia
E os cientistas reiteram,
O Universo foi criado
A partir da Poesia









segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Menina





Teus olhos errantes me dizem qualquer coisa sem sentido
Tua santidade depravada me espanta
Mas encanta, enquanto cantas o canto das sereias virgens
Dos mares eternos. E cantas, e cantas, e cantas.

Cantas como quem morresse ou quem amasse
Cantas como quem desperta da tumba das memórias.
Que afagas como a um cão despido de lembranças.
E agarras as mãos dos vivos como se soubesses a arte
De amar, de cantar, de sofrer, de chorar
Todos os dias
Por alguém que é o que não foi um dia
Que foste o que não podes ser
Um dia.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Fórmula da Eternidade



Eureka!!
Eis que em um livro de poesia descubro o elemento
Fundamental, que transcende a vida
E que na calada dos peitos
faz dos amantes imortais
E das paixões fugazes o universo
Inexorável de aurora

Eis que descubro como viver eternamente
Transpassando a alegria e a tristeza do dia
Porque descubro o elemento que tantas mentes
Sábias já conheciam, mas que ainda permanecia oculta
[ aos incautos

Eis que como o sol a verdade óbvia se revelou
[ Aos olhos do tolo
E o elemento que perpassa o inevitável amanhecer
                                                                                  [ Me encarou
Como quem desafia
E me esnobou como quem ignora, mas ama

Descobri enfim!
Como quem distraído descobre que está vivo!
O elemento que permanece além da vida,
Mais perpétuo que o jazigo
E mais comum que o orgasmo.
Mais frequente do que fazem parecer os jornais
E mais límpido que a transparência do filósofo!

Eis que de todo me veio à mente
Como quem ri e como quem enobrece
                                                           De repente.
A fórmula da eternidade!
Que agora revelo aos poucos no mundo
que como eu ainda não sabiam
A verdade inelutável
Inescapável,
intransmutável
No coração do Deus de Roma.

Revelo agora ao mundo inteiro
Ainda que para os sábios não seja novidade
Qual é a fórmula que permite ao homem
Viver mais que sua longevidade

Fórmula que suspende a angústia do poeta
E que supera os caprichos do desejo.
Fórmula que se revela de tal sorte
Que expande a liberdade do ensejo
E que liga a vida à morte

Engrandece o coração
E promove a fraternidade
Revelo agora ao mundo são
A fórmula da eternidade:







  


VIDAMORTE












domingo, 28 de novembro de 2010

Teu corpo




Tua carne trêmula me amansa mais que um peito em brasas
Tua pele lisa me faz disfarçar as entranhas do coração
Porque me encontro em ti, no seio da tua carne
Assim como me encontro a mim na carne do teu seio
Que anseia pelo meu desperdão
Pela minha ânsia e pelo meu cheiro de corpo

Na pálida e tácita dispersão da noite
A consciência atravessa seu auge e observa maliciosa
As flores do campo desses meses de novembro.

O que seria da noite sem a rocha vulcânica que encende teus cabelos,
Que matura teus seios e que exala o sabor de vento das águas de verão,
Afinal, o que seria da noite sem o canto de teus olhos azuis de calmaria?